Quando o comunismo se torna uma doença mental, a Doença do Pato Amarelo:
Nos EUA, quando começou a histeria comunista, que levou Joseph McCarthy à visibilidade, eles criaram campos de concentração dentro do território americano para "colocar comunistas". Diversos estados tiveram campos onde eram presos gays, negros e acusados de comunismo.
Diversos prefeitos de cidades médias e pequenas davam "24 horas" para os "comunas" abandonarem a cidade. Depois, massas de cidadãos enfurecidos entravam nas casas de qualquer um suspeito e tiravam as pessoas na porrada. Colocavam na rua com filhos pequenos e tudo.
Eram feitas "investigações" para "provar" a relação com os comunistas e a imensa maioria delas nada apontava. Então o governo começou a usar a figura jurídica do "perjúrio" para prender pessoas. Iam fazendo perguntas e se houvesse suspeita de alguma mentira, era o suficiente.
A histeria era contra os "reds, pinks and lavanders". Os reds eram os comunistas, os pinks eram os "simpatizantes" e os lavanders eram os homossexuais. Dizia-se que se podiam ficar "enrustidos", escondendo sua sexualidade, podiam ser espiões.
A retórica do anticomunismo era muito ligada ao sexismo. Seguidamente as ofensas eram feitas juntas e o norte-americano, capitalista, nacionalista, patriótico era o "macho" que mantinha a sociedade americana "livre do comunismo".
Diversos documentos da CIA afirmavam que o comunismo era mais fácil de ser "indocrinado" quanto mais inteligente e maior tempo de escolaridade o sujeito tivesse. Muitos boletins diziam que professores doutores eram "almost certainly commies".
Com base nisto, fazia-se apologia à ignorância. Quanto mais burro, simplório e simplista fosse a pessoa, mais longe do comunismo estaria. A CIA trabalhava para criar o estereótipo do "americano médio", que trabalhava, vivia para a família, a comunidade, e tomava cerveja.
O ataque à cultura, às escolas, universidades, artistas e todo tipo de pessoa que se destacava intelectual ou culturalmente foi impiedoso mas teve um preço: no final dos anos 50 a dianteira cultural e educacional da URSS era imensa. Isto se materializou no lançamento do Sputnik.
O Sputnik promoveu uma das maiores histerias coletivas nos EUA. Pessoas saqueavam supermercados e estocavam água e comida afirmando que se os soviéticos podiam colocar algo em órbita, podiam também fazer cair em qualquer lugar dos EUA.
O presidente Eisenhower teve que ir para a televisão com uma réplica do que a CIA achava que era o Sputnik para mostrar às pessoas que não havia o que temer. Ainda assim não resolveu. A solução foi o Estado investir maciçamente em educação.
Após anos cultivando a ignorância como forma de "prevenir a indocrinação do comunismo", o governo americano com Kennedy precisou despejar bilhões de dólares e reformular todo o ensino dos EUA. Neste nomento foi criada a NASA e os conselhos nacionais de financiamento e pesquisa.
O anticomunismo cobrava um alto preço da sociedade americana. Eisenhower mesmo chamava a atenção de que era preciso "oferecer mais do que o simples anticomunismo" para a sociedade. Só o ódio as prisões, perseguições e torturas não foram suficientes para reeleger os republicanos.
Ao mesmo tempo, os soviéticos investiam em educação, chegavam a quase 100% de alfabetização e o percentual de soviéticos com curso superior ou cursando era uma vez e meia maior do que nos EUA. A URSS criava a universidade Patrice Lumumba e dava bolsas a quase mil estrangeiros/ano.
Se houve um momento crítico em que o ocidente perdeu a dianteira tecnológica, social, diplomática e estratégica na Guerra Fria, foi o período do macarthismo. A maioria das cidades europeias acreditam que a URSS estava "à frente" dos EUA na disputa entre os sistemas econômicos.
Na segunda metade dos anos 50, o senador McCarthy enveredou para cima do exército. Vendo seus arroubos de ódio não darem mais resultado eleitoral, ele passou a acusar membros das forças armadas dos EUA de serem "espiões comunistas". Exatamente como tinha feito com os diplomatas.
(Fernando Horta)
Nos EUA, quando começou a histeria comunista, que levou Joseph McCarthy à visibilidade, eles criaram campos de concentração dentro do território americano para "colocar comunistas". Diversos estados tiveram campos onde eram presos gays, negros e acusados de comunismo.
Diversos prefeitos de cidades médias e pequenas davam "24 horas" para os "comunas" abandonarem a cidade. Depois, massas de cidadãos enfurecidos entravam nas casas de qualquer um suspeito e tiravam as pessoas na porrada. Colocavam na rua com filhos pequenos e tudo.
Eram feitas "investigações" para "provar" a relação com os comunistas e a imensa maioria delas nada apontava. Então o governo começou a usar a figura jurídica do "perjúrio" para prender pessoas. Iam fazendo perguntas e se houvesse suspeita de alguma mentira, era o suficiente.
A histeria era contra os "reds, pinks and lavanders". Os reds eram os comunistas, os pinks eram os "simpatizantes" e os lavanders eram os homossexuais. Dizia-se que se podiam ficar "enrustidos", escondendo sua sexualidade, podiam ser espiões.
A retórica do anticomunismo era muito ligada ao sexismo. Seguidamente as ofensas eram feitas juntas e o norte-americano, capitalista, nacionalista, patriótico era o "macho" que mantinha a sociedade americana "livre do comunismo".
Diversos documentos da CIA afirmavam que o comunismo era mais fácil de ser "indocrinado" quanto mais inteligente e maior tempo de escolaridade o sujeito tivesse. Muitos boletins diziam que professores doutores eram "almost certainly commies".
Com base nisto, fazia-se apologia à ignorância. Quanto mais burro, simplório e simplista fosse a pessoa, mais longe do comunismo estaria. A CIA trabalhava para criar o estereótipo do "americano médio", que trabalhava, vivia para a família, a comunidade, e tomava cerveja.
O ataque à cultura, às escolas, universidades, artistas e todo tipo de pessoa que se destacava intelectual ou culturalmente foi impiedoso mas teve um preço: no final dos anos 50 a dianteira cultural e educacional da URSS era imensa. Isto se materializou no lançamento do Sputnik.
O Sputnik promoveu uma das maiores histerias coletivas nos EUA. Pessoas saqueavam supermercados e estocavam água e comida afirmando que se os soviéticos podiam colocar algo em órbita, podiam também fazer cair em qualquer lugar dos EUA.
O presidente Eisenhower teve que ir para a televisão com uma réplica do que a CIA achava que era o Sputnik para mostrar às pessoas que não havia o que temer. Ainda assim não resolveu. A solução foi o Estado investir maciçamente em educação.
Após anos cultivando a ignorância como forma de "prevenir a indocrinação do comunismo", o governo americano com Kennedy precisou despejar bilhões de dólares e reformular todo o ensino dos EUA. Neste nomento foi criada a NASA e os conselhos nacionais de financiamento e pesquisa.
O anticomunismo cobrava um alto preço da sociedade americana. Eisenhower mesmo chamava a atenção de que era preciso "oferecer mais do que o simples anticomunismo" para a sociedade. Só o ódio as prisões, perseguições e torturas não foram suficientes para reeleger os republicanos.
Ao mesmo tempo, os soviéticos investiam em educação, chegavam a quase 100% de alfabetização e o percentual de soviéticos com curso superior ou cursando era uma vez e meia maior do que nos EUA. A URSS criava a universidade Patrice Lumumba e dava bolsas a quase mil estrangeiros/ano.
Se houve um momento crítico em que o ocidente perdeu a dianteira tecnológica, social, diplomática e estratégica na Guerra Fria, foi o período do macarthismo. A maioria das cidades europeias acreditam que a URSS estava "à frente" dos EUA na disputa entre os sistemas econômicos.
Na segunda metade dos anos 50, o senador McCarthy enveredou para cima do exército. Vendo seus arroubos de ódio não darem mais resultado eleitoral, ele passou a acusar membros das forças armadas dos EUA de serem "espiões comunistas". Exatamente como tinha feito com os diplomatas.
(Fernando Horta)