quinta-feira, 2 de julho de 2020

A necropolítica de Bolsonaro

Mentalidade doente
O presidente da República disse outro dia que brasileiros mergulham no esgoto e não acontece nada. O que vemos nesse homem é o exercicio da necropolítica, uma decisão de morte. É uma mentalidade doente que está dominando o mundo.


Covid-19 versus humanidade


Especial - Dia Mundial do Meio Ambiente
Edição 125 - Publicado em: 11/06/2020

Em homenagem ao “Dia Mundial do Meio Ambiente” e à memória de Randau Marques, criador do jornalismo ambiental no Brasil, a Ecológico reproduz uma síntese do pensamento do também jornalista ambiental e líder indígena mineiro Ailton Krenak, extraída de seus mais recentes livros: "O amanhã não está à venda" e "Ideias para adiar o fim do mundo"
“Parei de andar mundo afora, cancelei compromissos. Estou com a minha família na aldeia Krenak, no médio Rio Doce, entre Minas e o Espírito Santo. Nossa reserva indígena está isolada. Quem estava ausente regressou, e sabemos bem qual é o risco de receber pessoas de fora. Sabemos o perigo de ter contato com pessoas assintomáticas. Estamos todos aqui e até agora não tivemos nenhuma ocorrência.
A verdade é que vivemos encurralados e refugiados no nosso próprio território há muito tempo, numa reserva de 4 mil hectares – que deveria ser muito maior se a justiça fosse feita – e esse confinamento involuntário nos deu resiliência, nos fez mais resistentes.
Como posso explicar a uma pessoa que está fechada há um mês num apartamento numa grande metrópole o que é o meu isolamento? Desculpem dizer isso, mas hoje já plantei milho, já plantei uma árvore...
Faz algum tempo que nós, na aldeia Krenak, já estávamos de luto pelo nosso Rio Doce. Não imaginava que o mundo nos traria esse outro luto. Está todo mundo parado. Quando engenheiros me disseram que iriam usar tecnologia para recuperar o Rio Doce, perguntaram a minha opinião. Eu respondi: ‘A minha sugestão é muito dificil de colocar em prática. Pois teremos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a 100 quilômetros nas margens direita e esquerda, até que ele voltasse a ter vida’.
Então, um deles me disse: ‘Mas isso é impossível’. O mundo não pode parar. E o mundo parou.
Tragédia mundial
Vivemos hoje essa experiência de isolamento social em que todas as pessoas têm de se recolher. Se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados da ruptura ou da extinção do sentido da nossa vida, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda. Assistimos a uma tragédia de gente morrendo em diferentes lugares do planeta, a ponto de corpos serem transportados para enterros e incinerações em caminhões.
Essa dor talvez ajude as pessoas a responder se somos de fato uma humanidade. Nós nos acostumamos com essa ideia, que foi naturalizada, mas ninguém mais presta atenção no verdadeiro sentido do que é ser humano.
É como se tivéssemos várias crianças brincando e, por imaginar essa fantasia da infância, continuassem a brincar por tempo indeterminado. Só que viramos adultos, continuamos devastando o planeta, cavando um fosso gigantesco de desigualdades entre povos e sociedades. Há uma sub-humanidade que vive numa grande miséria, sem chance de sair dela – e isso também foi naturalizado.
Mentalidade doente
O presidente da República disse outro dia que brasileiros mergulham no esgoto e não acontece nada. O que vemos nesse homem é o exercicio da necropolítica, uma decisão de morte. É uma mentalidade doente que está dominando o mundo.
E temos agora esse vírus, um organismo do planeta, respondendo esse pensamento doentio dos humanos com um ataque à forma de vida insustentável que adotamos por livre escolha. Essa fantástica liberdade que todos adoram reivindicar, mas ninguém se pergunta qual o seu preço.
Esse vírus está discriminando a humanidade. Basta olhar em volta. O melão-de-são-caetano continua a crescer aqui do lado de casa. A natureza segue. O vírus não mata pássaros, ursos, nenhum outro ser, apenas humanos. Quem está em pânico são os povos humanos e seu mundo artificial, seu modo de funcionamento que entrou em crise.
É terrível o que está acontecendo, mas a sociedade precisa entender que não somos o sal da terra. Temos que abandonar o antropocentrismo. Há muita vida além da gente, não fazemos falta na biodiversidade. Pelo contrário.
Desde pequenos, aprendemos que há listas de espécies em extinção. Enquanto essas listas aumentam, os humanos proliferam, destruindo florestas, rios e animais. Somos piores do que a Covid-19.
Esse pacote chamado de humanidade vai sendo descolado de maneira absoluta desse organismo que é a Terra, vivendo numa abstração civilizatória que suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos. Oferece o mesmo cardápio, o mesmo figurino e, se possível, a mesma língua para todo mundo.
Os únicos núcleos que ainda consideram que precisam se manter agarrados nessa Terra são aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina.
Esta é a sub-humanidade: caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes. Existe, então, um humanidade que integra um clube seleto que não aceita novos sócios. E uma camada mais rústica e orgânica, uma sub-humanidade, que fica agarrada na Terra. Eu não me sinto parte dessa humanidade. Eu me sinto excluído dela.”

Tudo é natureza

“Eu não percebo que exista algo que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza. Nós, a humanidade, vamos viver em ambientes artificiais produzidos pelas grandes corporações, que são as donas da grana. Agora esse organismo, o vírus, parece ter se cansado da gente. Parece querer se divorciar da gente como a humanidade quis se divorciar da natureza.
Ele está querendo nos ‘desligar’, tirando o nosso oxigênio. Quando a Covid-19 ataca os pulmões, o doente precisa de um respirador, senão ele morre. Quantas máquinas dessas vamos ter de fazer para 7 bilhões de pessoas no planeta? A nossa mãe, a Terra, nos dá de graça o oxigênio, nos põe para dormir, nos desperta de manhã com o sol, deixa os pássaros cantar, as correntezas e as brisas se moverem, cria esse mundo maravilhoso para compartilhar, e o que a gente faz com ele?
O que estamos vivendo pode ser a obra de uma mãe amorosa que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não porque não goste dele, mas por querer lhe ensinar alguma coisa. ‘Filho, silêncio.’ A Terra está falando isso para a humanidade. E ela é tão maravilhosa que não dá uma ordem. Ela simplesmente está pedindo: ‘Silêncio’. Esse é também o significado do recolhimento.
Amor aos idosos
Quem dera eu pudesse fazer uma mágica para nos tirar desse confinamento, que pudesse fazer todos sentirem a chuva cair. É hora de contar histórias às nossas crianças, de explicar a elas que não devem ter medo. Não sou um pregador do apocalipse. O que tento é compartilhar a mensagem de um outro mundo possível. Para combater esse vírus, temos de ter primeiro cuidado e depois coragem.
Vemos algumas pessoas defenderem a manutenção da atividade econômica, dizendo que ‘alguns vão morrer’ e é inevitável. Esse tipo de abordagem afeta as pessoas que amam os idosos, que são avós, pais, filhos, irmãos. Não tem sentido que alguém, em sã consciência, faça uma comunicação pública dizendo ‘alguns vão morrer’.
É uma banalização da vida, mas também é uma banalização do poder da palavra. Pois alguém que fala isso está pronunciando uma condenação, tanto de alguém em idade avançada, como de seus filhos, netos e de todas as pessoas que têm afeto uns com outros. Imagine se vou ficar em paz pensando que minha mãe ou meu pai podem ser descartados. Eles são o sentido de eu estar vivo. Se eles podem ser descartados, eu também posso.”

O mundo em suspensão

“Desde muito tempo, a minha comunhão com tudo o que chamam de natureza é uma experiência que não vejo ser valorizada por muita gente que vive na cidade. Já vi pessoas ridicularizando: ‘ele conversa com árvore, abraça árvore, conversa com o rio, contempla a montanha’, como se isso fosse uma espécie de alienação. Essa é a minha experiência de vida.
Há muito tempo não programo atividades para ‘depois’. Temos de parar de ser convencidos. Não sabemos se estaremos vivos amanhã. Temos de parar de vender o amanhã. Penso naqueles versos do Carlos Drummond de Andrade: Stop. A vida parou ou foi o automóvel? Essa é uma parada para valer. O ritmo de hoje não é o da semana passada nem o do ano novo, do verão, de janeiro ou fevereiro. O mundo está agora na suspensão.
E não sei se vamos sair dessa experiência da mesma maneira que entramos. É como um anzol nos puxando para a consciência. Um tranco para olharmos para o que realmente importa.
Quem está apenas adiando compromissos, como se tudo fosse voltar ao normal, está vivendo no passado. O futuro é aqui e agora, pode não haver o ano que vem. Ninguém escapa, nem aquelas pessoas saindo de carro importado para mandar seus empregados voltarem ao trabalho, como se fossem escravos. Se o vírus pegá-los, eles podem morrer, igual a todos nós. Com ou sem Land Rover.
Obra profética
Em artigo que li sobre a pandemia, o sociólogo italiano Domenico De Masi cita a obra profética A peste, de Albert Camus: a peste pode vir e ir embora sem que o coração do homem seja modificado. Ele cita um trecho inteiro do romance em que o personagem diz algo assim: o bacilo que trouxe aquela mortandade, que parece que tinha sido dominado, podia continuar oculto em algum corrimão, janela, poltrona, só esperando o dia em que, infortúnio ou lição aos homens, a peste acordará seus ratos para mandá-los morrer numa cidade feliz.
Tomara que não voltemos à normalidade. Pois, se voltarmos, é porque não valeu nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro. Depois disso tudo, as pessoas não vão querer disputar de novo o seu oxigênio com dezenas de colegas num espaço pequeno de trabalho.
As mudanças já estão em gestação. Não podemos voltar àquele ritmo, ligar todos os carros e máquinas ao mesmo tempo. Seria como se converter ao negacionismo, aceitar que a Terra é plana e que devemos seguir nos devorando. Aí sim, teremos provado que a humanidade é uma mentira.”

O que é preciso sustentar?

“Como é que, ao longo da história, nós construímos a ideia de humanidade? Será que ela não está na base de muitas das escolhas erradas que fizemos, justificando o uso de tamanha violência contra a natureza e o meio ambiente terrestre?
A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na premissa de que havia uma humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível.
Esse chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito de estar aqui na Terra. Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% dos humanos estão totalmente alienados do mínimo exercício de ser?
A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade. Se não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.

Foto: Reprodução Facebook
Foto: Reprodução Facebook

Mito da sustentabilidade
Temos de refletir sobre o mito da sustentabilidade, inventado pelas corporações para justificar o assalto que fazem à nossa ideia de natureza. Durante muito tempo, fomos embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso, enquanto seu lobo não vem, fomos nos alienando desse organismo vivo de que somos parte – a Terra – e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra.
Os grandes centros do mundo são uma reprodução uns dos outros. Se formos para Tóquio, Berlim, Nova York, Lisboa ou São Paulo, veremos o mesmo entusiasmo em fazer torres incríveis, elevadores espiroquetas, veículos espaciais... Parece que estamos numa viagem com o Flash Gordon.
Recurso natural para quem? Desenvolvimento sustentável para quê? O que é preciso sustentar? O que é feito de nossos rios, florestas e paisagens? Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea, na qual há muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania.
Não tem gente mais adulada hoje do que um consumidor. São adulados até o ponto de ficarem imbecis, babando. Então, para que ter cidadania, estar no mundo de uma maneira crítica e consciente, se você pode ser um consumidor? Tudo isso nos dispensa da experiência de viver numa terra cheia de sentido, numa plataforma para diferentes cosmovisões.”

A minha provocação


Foto: Divulgação Nasa
Foto: Divulgação Nasa

“Davi Kopenawa ficou 20 anos conversando com o antropólogo francês Bruce Albert para produzir uma obra fantástica, chamada A Queda do Céu: Palavras de um xamã yanomami. O livro tem a potência de nos mostrar como é possível que um conjunto de culturas e de povos ainda seja capaz de habitar uma cosmovisão. Habitar um lugar neste planeta que compartilhamos de uma maneira tão especial, em que tudo ganha um sentido.
As pessoas podem viver com o espírito da floresta, viver com a floresta, estar na floresta. Não estou falando do filme Avatar, mas da vida de 20 e tantas mil pessoas que habitam o território Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.
Esse território está sendo assolado pelo garimpo e ameaçado pela mineração. Pelas mesmas corporações perversas que não toleram esse tipo de cosmos, o tipo de capacidade imaginativa e de existência que um povo originário como os Yanomami é capaz de produzir.
Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar.
O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos. A minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim.
Paraquedas coloridos
Por que nos causa desconforto a sensação de estarmos caindo? A gente não fez outra coisa nos últimos tempos senão despencar. Cair, cair, cair. Então, por que estamos grilados agora com a queda?
Vamos pensar no espaço não como um lugar confinado, mas como o cosmos onde a gente pode despencar em paraquedas coloridos.
A gente resistiu expandindo a nossa subjetividade, não aceitando essa ideia de que somos todos iguais. Ainda existem aproximadamente 250 etnias que querem ser diferentes umas das outras no Brasil, que falam mais de 150 línguas e dialetos.
Cantar, dançar e viver a experiência mágica de suspender o céu é comum em muitas tradições. Suspender o céu é ampliar o nosso horizonte; não o horizonte prospectivo, mas o existencial. Se existe uma ânsia por consumir a natureza, existe também uma por consumir subjetividades.
Então, vamos vivê-las com a liberdade que formos capazes de inventar. Não botar ela no mercado. Já que a natureza está sendo assaltada de uma maneira tão indefensável, vamos, pelo menos, ser capazes de manter nossas subjetividades, visões e poéticas sobre a existência.”

O desastre do nosso tempo

“Talvez estejamos muito condicionados a uma ideia de ser humano e a um tipo de existência. Se a gente desestabilizar esse padrão, talvez a nossa mente sofra uma espécie de ruptura, como se caíssemos num abismo.
Quem disse que a gente já não caiu? Houve um tempo em que o planeta que chamamos Terra juntava geograficamente os continentes todos numa grande Pangeia. Se olhássemos lá de cima do céu, tiraríamos uma fotografia completamente diferente do globo.
Quem sabe se, quando o astronauta Yuri Gagarin disse ‘a Terra é azul’, ele não fez um retrato ideal daquele momento para essa humanidade que nós pensamos ser. Ele olhou com o nosso olho, viu o que a gente queria ver. É como se tivéssemos feito um photoshop na memória coletiva planetária, entre a tripulação e a nave, onde a nave se cola ao organismo da tripulação e fica parecendo uma coisa indissociável.
É como parar numa memória confortável, agradável, de nós próprios, por exemplo, mamando no colo da nossa mãe: uma mãe farta, próspera, amorosa, carinhosa, nos alimentando forever. Um dia ela se move e tira o peito da nossa boca. Aí, a gente dá uma babada, reclama porque não está vendo o seio da mãe. De repente, o que a mãe fez foi dar uma viradinha para pegar um sol. Mas como estávamos tão acostumados, a gente só quer mamar...
Todas histórias antigas chamam a Terra de Mãe, Pacha Mama, Gaia. Uma deusa perfeita e infindável, fluxo de graça, beleza e fartura. É a referência de uma provedora maternal. Não tem nada a ver com a imagem masculina ou do pai. Todas as vezes em que a imagem do pai rompe nessa paisagem é sempre para depredar, detonar e dominar.
Coreografia estranha
Devíamos admitir a natureza como uma imensa multidão de formas, incluindo cada pedaço de nós, que somos parte de tudo: 70% de água e um monte de outros materiais que nos compõem. E nós criamos essa abstração de unidade, o homem como medida das coisas, e saímos por aí atropelando tudo...
Esse contato com outra possibilidade implica escutar, sentir, cheirar, inspirar, expirar aquelas camadas do que ficou fora da gente como ‘natureza’, mas que por alguma razão ainda se confunde com ela.
Tem alguma coisa dessas camadas que é quase-humana: uma camada identificada por nós que está sendo exterminada. Ela é formada por milhares de pessoas que insistem em ficar fora dessa dança civilizada, do controle do planeta. E por dançar uma coreografia estranha, são tiradas de cena por epidemias, pobreza, fome, violência.
O simples contágio do encontro entre humanos fez com que essa parte da população desaparecesse por um fenômeno que depois se chamou epidemia. Um sujeito que saía da Europa e descia numa praia tropical largava um rastro de morte por onde passava. Não sabia que era uma peste ambulante, uma guerra bacteriológica em movimento. Tampouco o sabiam as vítimas que eram contaminadas.
Para os povos que receberam aquela visita e morreram, o fim do mundo foi no século XVI. Assim como estamos vivendo hoje o desastre do nosso tempo.
Que humanidade, enfim, queremos sobre a Terra? Se ainda não sabemos, a natureza parece saber e se atualiza sempre, desde que o planeta foi criado. Não à toa, o novo coronavírus não mata uma única borboleta. Nem a borboleta azul que Hugo Werneck tanto amava. Só humanos!”

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