A historia deste casal... me faz lembrar uma outra historia resumida na frase: "Quando os missionários chegaram pela
primeira vez na nossa terra, eles tinham as Bíblias e nós tínhamos a
terra. Cinqüenta anos depois, nós tínhamos so' as Bíblias e eles tinham a
terra."
Um casal de analfabetos da periferia de Rio Grande pode ter a casa onde vive leiloada para quitar uma dívida contraída ao assumir o papel de fiador da Rede Nacional de Missão Cristã Cristo Redentor.
A dívida contraída com o aval de mecânico aposentado Miguel Alves Gonçalves, 55 anos, e a mulher, Cleuza Maria Alves Gonçalves, 51 anos, ultrapassa R$ 14 mil.
Segundo o casal, o pastor da igreja em Rio Grande, Antônio Siqueira, teria ido à casa onde eles residem, no bairro Ernesto Bucholz, ainda em 1998, e afirmado que, se aceitassem assinar o contrato, seriam abençoados por Deus. - Meu marido assinou por nós porque não sei escrever nem o meu nome. Fizemos por bondade e pela obra de Deus - conta Cleuza.
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ANTÔNIO
SIQUEIRA, PASTOR - REDE NACIONAL DE MISSÃO CRISTÃ CRISTO REDENTOR -
TRAPAÇA - Casal pode perder casa por ser fiador de Igreja Publicado no
Jornal Zero Hora em 16/07/2002 - Dívida ultrapassa R$ 14 mil Autor:
CAROLINE TORMA - Um casal de analfabetos da periferia de Rio Grande pode
ter a casa onde vive leiloada para quitar uma dívida contraída ao
assumir o papel de fiador da Rede Nacional de Missão Cristã Cristo
Redentor. A dívida contraída com o aval de mecânico aposentado Miguel
Alves Gonçalves, 55 anos, e a mulher, Cleuza Maria Alves Gonçalves, 51
anos, ultrapassa R$ 14 mil. A casa está avaliada em R$ 12 mil. Segundo o
casal, o pastor da igreja em Rio Grande, Antônio Siqueira, teria ido à
casa onde eles residem, no bairro Ernesto Bucholz, ainda em 1998, e
afirmado que, se aceitassem assinar o contrato, seriam abençoados por
Deus. - Meu marido assinou por nós porque não sei escrever nem o meu
nome. Fizemos por bondade e pela obra de Deus - conta Cleuza. O prédio,
localizado na Rua Augusto Duprat, no bairro Cidade Nova, foi alugado em
novembro daquele ano. A igreja funcionou no local por seis meses. Quando
recebia intimações da Justiça, devido ao atraso no aluguel, o casal
encaminhava a documentação ao pastor e nunca compareceu a nenhuma
audiência no fórum local. No ano passado, a casa onde vivem - único
imóvel dos fiéis - foi a leilão, mas não teve comprador. Um segundo
leilão foi suspenso, este ano, pelo advogado Henrique Zanotta,
contratado para defender a igreja e o casal. - Sempre que procurávamos a
igreja, eles diziam para não nos preocuparmos, que a dívida vinha sendo
paga em juízo. Não temos outro lugar para morar e agora respondemos a
uma ação de despejo - relata Miguel Gonçalves. O caso foi parar no
Ministério Público. Conforme o promotor Francisco Simões Pires, uma ação
será montada requisitando a extinção da igreja. O casal será
representado por um defensor público, e a intenção é mover uma ação
requerendo a eliminação da sentença e a anulação da fiança.