domingo, 22 de março de 2015

Por que a “privatização” da Petrobras tem de ser indireta e camuflada?

Por que a “privatização” da Petrobras tem de ser indireta e camuflada? Porque é uma ideia réptil

Autor: Fernando Brito
cobra
Escondida quase, na sexta página do caderno de Economia (“Mercado”, para eles, porque economia a ele se resume), está a pesquisa Datafolha que mostra que, mesmo com todo bombardeio de mídia, quase dois terços da população continuam se opondo à privatização da Petrobras.
E que, por isso, isto não deveria preocupar ninguém, pois esta questão “está fora da pauta política do país”.

Não é verdade: está e sempre esteve.
E é exatamente por conta da rejeição da população que ela encontra outras formas de se expressar na política.
Foi assim na venda de boa parte de seu capital na Bolsa de Nova York, por Fernando Henrique.
Porque a privatização da Petrobras é uma ideia réptil, própria dos rastejantes que só são capazes de enxergar um país servil, uma colônia, onde lhes cabe, claro, o papel de subnobreza que se enriquece mediocremente  com o farelos do saque ao povo e à natureza.
Sua “privatização” se faz pela destruição e pelo “encolhimento”, tanto quanto pela alienação de nossas reservas petrolíferas.
Agora, pela corrupção – que não é de hoje, nem de ontem – os “muy amigos” da Petrobras querem “enxugá-la”.
O curioso é que não querem “enxugá-la” da especulação e das pressões financeiras monstruosas que se faz contra ela.
Mas daquilo que é seu maior valor para o país: o pré-sal e a capacidade da empresa de mover uma imensa engrenagem de geração de emprego e renda para o país, expressa em estaleiros, construções, equipamentos  e tudo o mais em que se passou a exigir conteúdo nacional.
Por isso apelam a mil estratagemas de “gestão técnica”, coisa que a empresa jamais deixou de ter, porque é uma corporação mais do que estruturada e que não foram políticos os furos nos seus diques de governança de onde vazou um rio de dinheiro.
Lembremos que os que se apontam como seus ladrões  são todos funcionários de carreira, maçãs podres em meio a milhares de brasileiros capazes, honrados e trabalhadores que a integram.
Os privatizadores da Petrobras não precisam colocá-la à venda.
Basta que a destruam a grandeza do seu papel, sempre e ainda mais agora, que o país se descobre dono de reservas imensas de petróleo.
Os répteis e as ideias répteis são assim: seu veneno enfraquece a vítima e a vão esmagando e engolindo.