A CONTÍNUA BATALHA ENTRE LEVIATÃ E BEHEMOTH
Sempre quis escrever algo no qual
pudesse englobar, como uma síntese, diversos autores e pensamentos criados em
mim pelas diversas teorias e ideias que tive a felicidade de entrar em contato
desde minha juventude.
Aqui, tentarei caminhar
pelas linhas de
diversos pensamentos que me auxiliaram para chegar ao que exponho com
minhas ideias. Uma linha abrangente, que surgiu diante das especulações
internas. Uma
filosofia que foi crescendo, se expandindo e sendo apresentada a este
humilde
filósofo desletrado por opção. Autodidata também por opção.
Iniciei este trabalho há pelo menos uns dez
anos atrás. Mal sabia que o complemento viria agora. Fiz uma grande pesquisa de
datas e épocas, ligadas ao movimento de um tempo não físico. Um tempo que
movimenta a consciência e a atitude humana diante das eras. O ciclo cósmico que
rege o mundo num grande avanço experimental.
Agora, esta especulação me abriu um leque de outras ideias, que se
aglutinaram para formar o universo aqui descrito. Um universo grandioso, um
grande Leviatã, uma Besta que sai do abismo e que toma conta do mundo.
Esta Besta fera do abismo não é, de forma
alguma, uma criação divina. As divindades apenas alimentam o homem com o fruto
da árvore do conhecimento e da razão, tornando-o, uma criatura ansiosa em
devorar este mundo com a ganância de sabedoria.
Então, surgem duas monstruosidades criadas
pela mente humana:
A primeira monstruosidade que surge é
Behemoth. Na Bíblia, é caracterizada como uma besta terrestre. Em Jó, capítulo 40, a
criatura surge criada junto ao homem. Para muitos, uma criatura que devora o
mundo, insaciável em sua fome, se transformando com o tempo, numa constante
guerra pelo poder e pela riqueza terrena. Tais como, ouro, recursos e
territórios.
Behemoth é a separação humana,
que culmina na criação de Estados.
Existe uma grande evolução da
monstruosidade, que inicialmente era muito mais ligada à natureza e aos seus
fenômenos, e que, com seu domínio e conhecimento, se expandiu, se beneficiando
destes próprios recursos e fenômenos.
Veremos como, em diversos pontos da
história, Behemoth evoluiu e foi se tornando cada vez mais mesquinho.
A segunda monstruosidade é chamada de
Leviatã, que surge depois de Behemoth. Esta, é uma besta que surge das
profundezas. Segundo a Bíblia, os dois monstros se combaterão e Behemoth sairá
vitorioso. Porém, a força de Leviatã é devastadora, porque vem das profundezas
da mente humana.
Ao contrário de Behemoth, que age junto com
a natureza e com as ações causadas nela e por ela, o Leviatã é mais perspicaz. Usa
justamente as profundezas do pensamento humano, a sua consciência em rebelião
contra as leis do mundo e contra as leis divinas.
O Leviatã é a negação do agir em harmonia.
É criar uma consciência particularmente humana. O Eu egoísta, gerado no
subconsciente de cada um. Uma sombra ou o Limbo, ao que chamavam os gregos de
Hades. Um sepulcro daquilo que é irrelevante para a expansão mental.
Em sua histórica jornada pelo mundo, o
Leviatã também evoluiu de um monstro marinho, temidos nas profundezas perigosas
do oceano, para algo muito mais próximo ao Ser humano. Iniciou sua guerra
contra Behemoth se ingressando no Estado, na individualidade de se fazer cercas
e limites de fronteiras. Tornou-se a mente por trás deste Estado de
oportunismo, criando a mídia (apesar de ser uma palavra nova, sempre foi usada
pelos mais espertinhos), a oratória persuasiva, o poder de arrastar multidões
hipnotizadas pela histeria coletiva. Uma massa mental dirigida pelo poder do
grande Leviatã.
Esta guerra não se iniciou nos dias de
hoje. Podemos ver seus tentáculos em toda história humana, o que tais mudanças
criaram na humanidade e qual será o fim disto tudo.
Como disse Thomas Hobbes, Leviatã e
Behemoth lutam entre si dentro do próprio homem, numa guerra de todos contra
todos, porque o ego é a ponta de cada tentáculo desta Besta, que saiu do abismo
e engole o que ainda resta.
Agora, voltaremos no “há muito tempo atrás”
e veremos que, na verdade, as duas bestas se digladiam desde que o homem surgiu
na face da Terra, porque ambas são criações humanas, que vivem até hoje porque
são alimentadas diariamente por seus pais, que insistem em abrir suas goelas
medonhas.
Elder Prior